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sexta-feira, 14 de abril de 2017

SINHÁ OLÍMPIA

Dona Olímpia ou Sinhá Olímpia.



Título da obra: Olímpia, a primeira hippie do Brasil

Material utilizado: Óleo sobre painel com colagem e pasta para modelagem

Dimensão da obra: 30x50 cm  
Ano de execução: 2014



Na minha opinião, um dos personagens mais curiosos de Minas Gerais foi sem duvida Dona Olímpia. Esta mulher, que vivia como pedinte, tornou-se personagem lendária em Ouro Preto e ganhou fama mundial.



Dona Olímpia foi considerada a primeira hippie brasileira. Chamava a atenção de todos pelo jeito extravagante de vestir, com roupas muito colorida, bijuteria grandes e chapéus enfeitados com ornamentos florais. Contudo tornou-se famosa pelas historias que contava às pessoas. Costumava freqüentar a Praça Tiradentes onde ficava esperando os turistas. Lá relatava seus casos surreais, tirava fotos e pedia dinheiro. Com isso adquiriu fama mundial, foi capa da revista Times, participou do programa do Chacrinha, inspirou música e poemas, tornou-se tema de escola de samba e foi retratada por fotógrafos e pintores. Conheceu pessoas famosas em sua época como Juscelino Kubitscheck, Vinicius de Moraes, Rita Lee etc. 



Dona Olímpia nasceu em 31 de Agosto de 1889 no distrito Santa Rita Durão, localizado na cidade de Marina. Era a 16ª filha do casal José Gomes de Almeida Cotta e de Amélia Carneiro Leão. No tempo em que viveu no distrito ela morou na casa que pertenceu ao poeta Frei José de Santa Rita Durão escritor da obra Caramuru.



Em Marina a jovem estudou no colégio das freiras Vicentinas. Teve uma ótima educação. Sabia ler, escrevia poemas, falava latim e tocava piano. Era muito cortejada pelos rapazes da região, pois era muito bonita. A foto abaixo confirma está fama.  
 


Dona Olímpia aos 18 anos.
“Meu nome é Olympia Angélica de Almeida Cotta. Sou filha do Coronel  José Gomes de Almeida Cotta e de Dona Amélia Carneiro Leão, Marquesa  do Paraná. Eu nasci em Santa Rita Durão mas o destino infernal me carregou pra Vila Rica. Me carregou para penar e sofrer com esse povo. Eu nasci no ano de 1889. Sinceridade, senhora das Mercês, compadecei de mim. Misericórdia. Socorro! Amparai-me. Livra-me dos inimigos. Amor tive um só. Uma vez, detrás da rótula do sobrado número 16, onde morava, meu coração bateu mais forte porque meu pretendente predileto vinha batendo saltos na calçada. Ele trazia flores, mas não me casei com ele nem com ninguém.  Meu pai, o coronel José Gomes de Almeida Cotta disse que ele não era homem para mim já que o senhor pode saber e assuntar por aí que eu sou descendente do poeta Santa Rita Durão, que venho de uma linhagem de nobres e não poderia nunca ter por esposo um republicano. Um daqueles que maquinam a derrubada da nobreza. Digo a você, meu jovem: Era um pretendente por demais belo. Me deu um abacate, um dia. Não poderia me ter e me deu um abacate. Um abacate amargo. Ó, ainda sinto seu fel na boca até hoje. O meu último homem foi Juscelino. Era meu noivo mas nunca dei esperanças. Vinha aqui em casa me cortejar, mas amores e abacates nunca mais. Vou ficando por aqui, meu jovem. Se for do seu conforme, me dê uma moeda. Se não, me dê um papel de bala, um toco de cigarro ou qualquer coisa que o senhor achar que sou merecedora. Meu mundo carrego aqui. Minhas riquezas são vossos presentes. Que Deus seja louvado! Não há de faltar chapéu para a minha cabeça, ainda que eu viva mais 20 anos.”

 “Lá vai Ouro Preto embora, todos bebem e ninguém chora…”

SINHÁ  OLYMPIA
 

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